Cúpula do
BRICS em Xiamen: China converte poder econômico em influência política global
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12:50
01.09.2017(atualizado 08:07 02.09.2017) URL curta
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A cúpula
dos BRICS em Xiamen, graças à presidência rotativa da China, aumentará a
importância do bloco nos assuntos internacionais e pode se tornar uma
plataforma para resolução de problemas bilaterais, comentaram especialistas
russos.
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Sputnik/ Zhanna Manukyan
A China, sendo um país que sedia a cúpula, convidou
para as negociações os líderes do México, Tailândia, Guiné, Egito e
Tajiquistão. Nos últimos anos, a China vem apelando para criação do BRICS+ para
aumentar potencialmente a influência do bloco através do aumento dos
países-membros, informou na sexta-feira (1) o jornal South China Morning Post.
Aleksandr Larin, especialista em
questões do Extremo Oriente da Academia de Ciências da Rússia, disse à Sputnik
China que este é um dos traços mais distintos da cúpula deste ano.
"É uma inovação. Trata-se da
expansão da influência do BRICS, bem como de suas áreas de atividade,
fortalecendo, assim, sua atratividade. Ao mesmo tempo, o papel da China está
aumentando. Falando objetivamente, ela tem de desempenhar o papel mais
importante no BRICS, por ser o país mais forte economicamente. Ela está
convertendo esse poder econômico no aumento de sua influência política
global", frisou.
Beto
Barata/PR
Nas vésperas da cúpula, a Índia e a China
conseguiram baixar a tensão na fronteira. Será realizado o encontro bilateral
entre o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e o líder chinês, Xi Jinping.
Sem dúvidas, a ausência do representante da Índia na cúpula poderia ser
considerada como um desejo de seguir com política de isolamento. A Índia
adentrou nesse caminho quando ignorou o fórum chinês dedicado à nova Rota da
Seda em maio, explicou à Sputnik China o analista russo Andrei Volodin.
"Narendra Modi tenta se
posicionar diante os confrontos entre diferentes grupos de interesse.
Justamente nesta cúpula ele tem a oportunidade de discutir multilateralmente os
problemas da fronteira sino-indiana, bem como as ações de ambas as partes
no conflito", acrescentou ele.
STR/AFP
A cúpula poderia vir a servir de ferramenta para
recuperar o crescimento econômico dos países-membros? Essa é uma das perguntas
mais importantes feitas pelos observadores. Ela determinará muita coisa, como
por exemplo, se conseguirá desempenhar seu papel pragmático. A Rússia planeja
discutir a cooperação comercial, investimentos e cooperação industrial,
declarou o presidente russo Vladimir Putin à mídia. Ele também sugeriu que
fosse criada uma base legal para cooperação na aérea da segurança informática.
O desenvolvimento das regras universais da área de segurança informática está
na lista de compromissos das partes.
O especialista da Academia de
Diplomacia chinesa também falou sobre o papel da cúpula em Xiamen para o BRICS.
"A cúpula caracteriza o processo
de desenvolvimento do mecanismo de cooperação no âmbito do BRICS […] É a
segunda presidência rotativa da China, os seus membros estão aperfeiçoando
tanto sua estrutura como influência internacional, que crescem cada vez mais.
Mais do que isso, depois da crise financeira de 2008, a situação econômica
mundial ficou instável e os países em desenvolvimento estão enfrentando muitos
desafios. Nesse contexto, o BRICS se tornou o representante dos países
emergentes e da nova unidade econômica, tão importante para a governança
global. Finalmente, o BRICS é uma plataforma para a cooperação, que deu bons
frutos nos últimos anos", explicou Ren Yuanzhe.
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